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Alvaro Valle
Alvaro Bastos Valle

Patrono
A NOVA CARA DO CAPITALISMO
   
O capitalismo, como o conhecemos, vive hoje dias de incerteza quanto ao futuro. Os motivos são vários e determinantes da nova cara que o sistema terá e vão da força da Internet, suas redes sociais e programas de pesquisas, que fazem surgir a cada dia novas empresas bilionárias, controladas por um grupo de hackers, normalmente jovens, até a nova cara o indecifrável e enigmático capitalismo chinês. Bill Gates, em uma entrevista recente, disse que em muitas madrugadas perde o sono, só de pensar que talvez naquele momento, um jovem universitário pode estar também acordado, trabalhando em um site que poderá por em risco o futuro da Microsoft.

O termômetro da crise são as bolsas de valores dos grandes centros financeiros como Nova Iorque, Londres e Tóquio, que regulam e comandam o chamado capital especulativo. Reinaldo A. Carcanholo, economista da Universidade do México, tem uma teoria sobre esta vertente da crise capitalista que aborda, de forma sutil, a ação dos chamados megainvestidores, que transformaram as bolsas de valores em verdadeiros cassinos, no dizer do empresário Antônio Ermírio de Morais: "O capital acreditou ter encontrado uma forma de produção de riqueza diferente da que exige o uso do trabalho produtivo. E deu no que deu".

Segundo Will Hutton, colunista do "The Guardian" a recuperação econômica mais lenta e hesitante desde a Segunda Guerra Mundial “já suscitava questionamentos ansiosos sobre como recuperar o dinamismo econômico americano. Mas a candidatura de Romney à presidência cristalizou um debate fundamental sobre o capitalismo que irá respingar na Grã-Bretanha”. E jornalista acrescentou: “Este é um potencial ponto de virada para ambos os países. Romney, cuja fortuna foi feita na Bain Capital, a empresa de privateequity da qual ele foi fundador, proprietário e diretor, encarna todos os males (ou forças, dependendo da opinião) de um capitalismo dominado pela engenharia financeira, em que as empresas servem de fichas de cassino”.

Já Obama, em sua campanha, caminha em outra direção quando afirma que o sucesso dos empreendimentos econômicos é fruto dos esforços dos e empreendedores, integrados às realizações do governo. E destacou: “Veja bem, se você é bem-sucedido, não conseguiu isso sozinho. Quando temos êxito, ele se deve a nossa iniciativa individual, mas também porque fizemos as coisas em conjunto.”

Para o jornalista, o mosaico econômico que domina a economia mundial é feito de grandes indagações, a maioria sem respostas convincentes. E ele pergunta: Qual será o futuro do capitalismo? É possível imaginar uma sua substituição? Até que ponto os poderes que sustentam o capitalismo (mídia e forças de repressão social) serão capazes de manter as massas conformadas, limitando os contingentes que se dispõem a enfrentar o Status Quo? Haveria como reformar o capitalismo, humanizando-o a um ponto aceitável? A lógica capitalista comporta bem-estar social generalizado?

Na região do Euro, o grande desafio é a construção de uma solução institucional para prevenir uma crise sistêmica. Mesmo com uma elevação para € 1 trilhão (de euros) aprovado pela UE, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF) não possui recursos suficientes para socorrer vários países concomitantemente. Na verdade, o aumento do EFSF não significa que esse dinheiro está disponível. De fato, somente algo em torno de € 25 0 bilhões de euros, estão disponíveis para socorrer os países.

No médio prazo, é possível que a Europa reforme sua arquitetura institucional. Afinal, os membros com déficits “programados” nos seus balanços de pagamento sobreviverão a quantas crises até abandonarem o Euro? Olhando o plano mundial, os ministros de finanças devem estar ansiosos esperando o dia quando será possível avançar na discussão sobre a substituição do dólar como principal moeda de reserva mundial em favor de uma cesta de moedas. Enfim, se a população da Europa não sair às ruas, arcará com cortes de políticas e a elevação de tributos. Se os políticos insistirem com cortes de direitos, há riscos reais de uma crise social (que parece imediata). A certeza é que os efeitos desta tragédia se arrastarão por vários anos.

Na última reunião dos líderes mundiais em Davos, um assessor do governo alemão indagava: “Já perceberam como os famosos protestos “antiglobalização” (que já foram antiguerra, mas que agora voltam as origens) , que criticam praticamente todos os aspectos da vida moderna, nunca criticam a internet? O motivo talvez seja que sem a Internet esses movimentos



   
 
 
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