Ronald de Carvalho, Jornalista - Instituto Alvaro Valle
Uma pergunta tem destaque hoje nos círculos político do mundo: quem é Xi Jiping, eleito como novo presidente da República Popular da China? Os correspondentes internacionais, de forma bem humorada, costumam dizer que o novo presidente, a exemplo do ex-presidente francês Sarkosy, "é o marido de PengLiyuan, uma cantora de grande popularidade no pais e sua segunda esposa".
Xi Jinping nasceu em 1953. Filho de um herói revolucionário, Jinping pertence ao grupo dos chamados "principezinhos", filhos de altos funcionários do partido. Na década de 60, enfrentou alguns percalços, com a prisão do pai, vítima de um expurgo. Mesmo assim, com o pai na prisão, de onde saiu depois da morte de Mao TseTung, ingressou na política. Em Pequim, dedicou-se com afinco à carreira e entrou no Partido Comunista, quando seu pai ainda estava preso. Para tanto começou ingressando na carreira militar, chegando aos círculos mais altos das Forças Armadas como assistente do então ministro da Defesa, GengBiao.
Segundo um artigo da Agência Reuters o passatempo favorito de muitas pessoas em Pequim consiste em tentar adivinhar que espécie de presidente Xi Jinping vai ser. Como é difícil dizer precisamente que espécie de presidente Hu Jintao foi, mesmo depois de dez anos no poder. A vida íntima dos ocupantes de altos cargos, principalmente de presidente, sempre foi uma incógnita. A mesma pergunta era feita quando o ex-presidente Hu Jintao foi eleito, por formar um trocadilho quando feita em inglês: Who is Hu? (Quem é Hu?). Mas apesar das investidas feitas pela Internet (controlada em rédea curta pelo governo) e das redes sociais, como é de praxe na China, pouco se sabe sobre a orientação política do novo presidente. Tirando seu casamento, Xi não é conhecido como um personagem que chame a atenção.A jornalista Clara Allain, uma das analistas da política chinesa, resume assim a ascensão de Xi ao poder: "Ele é o típico nome que todos os lados conseguem aceitar.
Um despacho atribuído à embaixada dos EUA, publicado pelo indiscreto site WikiLeaks o descreveu como "ambicioso", "elitista" e "pragmático".
O novo presidente é considerado aberto para o Ocidente. Em Pequim comenta-se que sua filha estaria estudando em Harvard, sob um pseudônimo. Ele mesmo excursionou pela América do Norte. Conhece as críticas ocidentais e as expectativas em relação à China, tanto em questões comerciais, como no que se refere aos direitos humanos. Durante a visita aos EUA, ele surpreendeu o público falando claramente sobre o tema e admitiu que a China ainda tivesse "muitas deficiências" nessa área. Isso, embora durante uma visita anterior ao México, tenha dito que não tinha nenhuma simpatia por "ocidentais mimados, que não têm nada melhor a fazer do que criticar a China", acrescentando "Meu país não exporta nem pobreza nem revoluções e não se intromete nos assuntos dos outros". E concluiu: "O que é que vocês querem, afinal?".
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