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Alvaro Valle
Alvaro Bastos Valle

Patrono
O RESSURGIMENTO BÉLICO DA AL QAEDA
   
Quando os Estados Unidos, no começo do mês de maio de 2011, anunciaram a morte de Osama Bin Laden em Islamabad, no Paquistão, diversos analistas internacionais foram de opinião que com ele tinha morrido também a Al-Qaeda, organização terrorista criada com o auxílio da CIA, para lutar contra as tropas da antiga URSS, em guerra de dominação no Afeganistão.

Mas com o fim da URSS e da guerra, Bin Laden aproveitando-se das armas e do treinamento recebidos, para dar sustentação à Al-Qaeda, elegeu os Estados Unidos como "o grande Satã", iniciando sua jihad (guerra santa), para forçar os americanos a sair da Arábia Saudita, sua terra natal e que culminou com a derrubada das Torres Gêmeas em 2011. A Al Qaeda voltou ao noticiário internacional com mais força, depois do início da crise Síria para derrubar o ditador Bashar al-Assad, segundo ele como apoiadora do movimento rebelde, a partir de uma aliança com as facções sediadas no Iêmen.

Durante esse tempo, ao longo dos últimos quatro anos, o 10º. Bureau (o Serviço Secreto Francês) vem rastreando, com a colaboração do Mossad (o Serviço Secreto de Israel) a ação da organização, com ameaças de ataques à Torre Eiffel e o Arco do Triunfo, como retaliação às medidas adotadas pelo governo da França, como a proibição do uso da burka, traje típico feminino islâmico e as caricaturas de Maomé em jornais locais, consideradas ofensivas a uma população de 3,5 milhões de mulçumanos que vivem hoje no interior e nos arredores de Paris.

Para conter as investidas da Al Qaeda, tudo culminou com a recente operação militar no Mali, numa ação autorizada pela ONU, com a França iniciando uma série de bombardeios, usando modernos aviões Rafale e helicópteros Gazelle para atacar campos de treinamento no coração da vasta área dominada desde abril por rebeldes fortemente armados, no norte do país, que desestabilizaram um governo eleito democraticamente. Ao mesmo tempo, Paris mobilizou centenas de soldados em Bamako, a capital. O governo francês está determinado a acabar com o domínio islâmico no norte da sua ex-colônia, devido aos temores de que essa região se torne uma base de lançamento para ataques contra o Ocidente e para uma coordenação com a Al-Qaeda no Iêmen, Somália e o norte da África.

Como resposta ao ataque, a Al-Qaeda iniciou uma série de ações de retaliação o que levou o porta-voz da organização Oumar Ould Hamaha, declarar à rádio Europe 1: "A França já abriu os portões do inferno para todos os franceses. Ela caiu numa armadilha que é mais perigosa que o Iraque, o Afeganistão ou a Somália." Os observadores da ONU são de opinião que a situação do Mali e da maioria dos Estados do Sahel e do Magrebe, como todo o Norte da África continuará em 2013 instável, porque com a proliferação e tráfico de armas que se registra na região tende a propiciar a criação de grupos terroristas mais fortes que podem derrubar governos democraticamente eleitos e instaurar Estados párias, numa zona já conturbada.

O Mali é um dos países mais pobres do Planeta. Quase metade de sua população vive abaixo do limiar de pobreza, com menos de um dólar por dia. Têm, nas suas regiões mais a sul, as áreas de maior atividade humana, já que o Norte do país faz parte do deserto do Saara. A proximidade desta zona com o mar Mediterrâneo torna a situação ainda mais complicada, porque os grupos terroristas podem infiltrar-se na Europa vizinha, numa altura que a zona Euro se debate com maiores dificuldades podendo desviar a atenção dos governos europeus para a nova ameaça.



   
 
 
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