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Alvaro Valle
Alvaro Bastos Valle

Patrono
O VALOR DA INDÚSTRIA BÉLICA
   
A Casa Branca está ciente da necessidade de manter a excelência na indústria bélica. Frank Kendall, responsável pelas compras de armas no Pentágono, explicou: "Estamos juntos nisso. A saúde da base industrial é importantíssima e não tem interesse em reduzir a margem de lucro das indústrias bélicas, pois vê os fabricantes de armas como parte da sua "estrutura de força" e busca mais contratos do tipo "ganha-ganha", que sejam capazes de poupar dinheiro para o governo e recompensar o bom desempenho do setor privado". Mesmo assim empresas como Lockheed Martin, Boeing, Northrop Grumman, General Dynamics e Raytheon acompanham atentamente o comportamento do Pentágono diante dos novos contratos, num momento em que o setor se prepara para a redução nas verbas de defesa após uma década de crescimento.

A nova estratégia militar dos EUA, com foco na região da Ásia e Pacífico, agora intensificada diante das ameaças da Coréia do Norte, é garantir mais investimentos em segurança cibernética e atividades espaciais, dando novas oportunidades de crescimento para as empresas bélicas, apesar das informações de que os Estados Unidos pretendem cortar US$ 487 bilhões da segurança nacional na próxima década.

As informações de Frank Kendall foram dadas uma conferência de investidores promovida pelo Credit Suisse, para tranquilizar os executivos e investidores do setor. Kendall afirmou que ainda há muito dinheiro a ser ganho com essa atividade nos Estados Unidos, apesar das pressões no orçamento limitando os gastos públicos e novos programas armamentistas. E acrescentou que o orçamento anual do Pentágono continua grande, mesmo com o pior cenário, que indicam para a possibilidade de um corte adicional de US$ 50 bilhões (R$ 104 bilhões) no ano fiscal de 2013, ou 10% da verba total de defesa, não será o fim do mundo. Disse que se vai dar um jeito de passar por isso. Ainda há muito dinheiro a ser ganho.

Para o cientista político Marcelo Suano, mestre e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e consultor de política internacional do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais, os investimentos para os fabricantes de armas são decorrentes da maneira como ocorrem as relações entre os Estados. No caso específico da Coréia do Norte, Irã, Síria e outras áreas controladas por facções fundamentalistas, o cientista diz que o regime político do Estado que investe, ou pretende investir no setor, é um dos fatores mais importantes e que precisa ser bem analisado quando se trata de armas nucleares, já que esses regimes não democráticos têm poucos indivíduos como tomadores de decisão e não se submetem ao controle e fiscalização da sociedade, das instituições e das lideranças políticas de oposição.

Enquanto isso a Coréia do Norte acelera produção de peças de artilharia "como prevenção de defesa". O presidente Kim Jong-un, durante reunião com funcionários da indústria bélica, declarou: "Nós devemos garantir a qualidade de nossa artilharia e de nossos morteiros para assegurar um ataque preventivo contra nossos inimigos". Em uma de suas muitas ameaças, o regime da Coreia do Norte ordenou o aumento da produção de peças de artilharia e sinalizou a suposta disposição de disparar o primeiro tiro. E o ditador acrescentou: "Quando a guerra romper, teremos de varrer as bases militares e as instituições governamentais de nossos inimigos com um único golpe".



   
 
 
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