Ronald de Carvalho, Jornalista - Instituto Alvaro Valle
O futuro ficou muito mais assustador. Assim o senador democrata Chuck Schumer resumiu sua perplexidade e de grande parte da sociedade norte-americana com a notícia de que o estudante de Direito, Cody Wilson, da University of Texas, conseguiu fabricar uma arma de fogo em uma impressora 3-D.
O Grupo Texas sem fins lucrativos, tem a intenção de desenvolver projetos do Libertador, como foi batizada a arma, em linha de produção, brevemente. Mas segundo o senador o Libertador pode parecer um brinquedo, mas é uma arma pode que disparar balas regulares. É preciso ser criada uma legislação que proíba as armas do potencial desta tecnologia. Um projeto de lei foi elaborado pelo deputado Steve Israel para ser analisado pelo Congresso. O senador informou que agora, qualquer pessoa, um terrorista, alguém que é doente mental, um agressor conjugal, um criminoso, essencialmente pode abrir uma fábrica de armas em sua garagem. Essa ameaça deve ser interrompida.
Várias organizações tem-se manifestado contra o projeto e alertam para os perigos de fabricar uma arma em casa. Mas já existem saídas para os produtores não baterem de frente com a lei. A Defense Distributed, que tem licença para a fabricação das armas, inclui neste modelo uma peça feita de metal para que não passe nos detectores de metais e cumpra assim a legislação americana. No entanto nada impede que, em casa, as pessoas ''imprimam'' a arma e não coloquem o metal.
.A impressão 3D, também conhecida como "prototipagem rápida", é uma forma de tecnologia de fabricação aditiva onde um modelo é criado por sucessivas camadas de material químico. São geralmente mais rápidas, mais poderosas e mais fáceis de se usar do que outras tecnologias de fabricação similares. Oferecem aos fabricantes a possibilidade de, num simples processo, imprimirem partes de alguns materiais com diferentes propriedades físicas e mecânicas. As novas tecnologias de impressão permitem imitar com precisão quase exata a aparência e funcionalidades dos protótipos dos produtos.Nos últimos anos, as impressoras 3D tornaram-se financeiramente acessíveis para pequenas e médias empresas. Além disso, é possível simultaneamente utilizar diferentes tipos de materiais. A tecnologia já é utilizada em diversos ramos de produção, como em joalheria, calçado,design de produto, arquitetura,automotivo, aeroespacial e indústrias de desenvolvimento médico.
Em Nova Iorque, foi realizado um implante com a marca da empresa Oxford Performance Materials, que recebeu a aprovação da Food and Drug Administration. Depois da cirurgia foi substituido 75% do crânio do paciente, por um similar impresso em 3D. Os médicos utilizaram um polímero denominado PEKK, que é semelhante ao osso e osteocondutor, o que significa que o tecido ósseo cresce e liga-se à superfície. Em comparação ao titânio, é um material mais leve, para além de ter maior durabilidade. O aval da entidade reguladora norte-americana permitiu que a empresa continue a prestar serviços de impressão a 3D nas intervenções de substituição de osso danificado por doença ou traumatismo. Segundo a Oxford Performance Materials, todos os meses, nos EUA, cerca de 500 pessoas poderão se beneficiar com esta tecnologia, como trabalhadores da construção civil ou soldados.
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