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Alvaro Valle
Alvaro Bastos Valle

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O FUNDAMENTALISMO NEGA A DEMOCRACIA
   
O fundamentalismo islâmico é um dos maiores obstáculos que novo governo paquistanês terá que enfrentar para a consolidação da democracia no país. Isto porque o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP) se declara contrário ao processo democrático, que considera "não islâmico". Essa análise é feita pelos analistas internacionais, como o professor de Direito Internacional da Fundação Getúlio Vargas, Salem Nasser.

O pleito foi vencido pelo ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, líder da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N), um partido de centro-direita, que já recebeu um apelo do vizinho presidente afegão, Hamid Karzai para que o ajude a negociar com o talibã, movimento marcado pelo fundamentalismo islâmico, para por fim à rebelião que domina o país desde 2001. E Karzai destaca que o novo governo trace o caminho para a paz e a fraternidade com o Afeganistão e coopere na luta contra o terrorismo e o desmantelamento dos santuários terroristas. O ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif já iniciou consultas, para formar um novo governo de coalizão, após a vitória de seu partido nas eleições, marcadas por uma forte participação popular e atentados. Já o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, pediu que seja aberto "um novo capítulo nas relações entre os países vizinhos, ambos dotados de armas nucleares".

O fundamentalismo islâmico é um termo ocidental que define a ideologia política e religiosa que orienta a ação dos grupos radicais do Oriente Médio e Ásia Central, entre os quais o Talibã. Muito utilizada pela mídia, o termo define o Islã como, não apenas uma religião, mas também uma forma de governo que oreienta as linhas políticas, econômicas, culturais e sociais do estado. Seu objetivo é definido pelos analistas ocidentais como sendo a tomada de controle do Estado como forma de implementar o sistema islamista, ou seja, que abriga e coordena todos os aspectos sociais de uma sociedade através da sharia islâmica.

Sharia é uma palavra árabe que significa "caminho". Hoje, o termo é usado mais comumente para significar "lei islâmica". Logo após o os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, o fundamentalismo islâmico e outros movimentos políticos inspirados por Bin Laden ganharam uma crescente atenção de analistas políticos do Ocidente.

Mas o termo é muitas vezes criticado por autores como Bernard Lewis, um importante historiador islamita, que destaca: "O uso deste termo é infeliz e enganoso. Fundamentalista é um termo cristão. Parece ter entrado em uso nos primeiros anos do século passado, e denota certas igrejas protestantes e organizações, mais particularmente aquelas que seguem sectariamente a Bíblia".

Logo após a eleição o presidente Barack Obama, felicitou o povo paquistanês pela "transferência histórica, pacífica e transparente do poder civil". Obama garantiu que seu governo "tem pressa em continuar sua cooperação, com o governo paquistanês vencedor da eleição, entre sócios igualitários". Mas Sharif, que defende a ideia de diálogo com os talibãs para tentar pôr fim à violência, critica os disparos de drones norte-americanos contra os fundamentalistas no noroeste do país. Por isso não sabe como fará para selar a paz com os Talibãs sem desagradar a Washington, principal sócio do país.



   
 
 
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