Alvaro Bastos Valle Patrono
A LEMBRANÇA (AINDA VIVA) DO TEMPO DA (HIPER) INFLAÇÃO       Um dia desses um sobrinho querido disse a mesa que a minha geração eu mesmo já passamos. Já fomos. "Naquele "dia ele pra falar algo que não sabe dizer o que era opressão" bagulho". Eu ressaltei que bagulho, Pelo menos no meu tempo, era um "cigarro de maconha". A sensação do tempo decorrido somado a lembrança de uma juventude arrogante delineou minha capacidade de resposta. Mas aquilo que me deixou desconcertado, também me levou a vasculhar a mente, as lembranças... A primeira que me ocorre amplamente estranha às novas gerações é a inflação. Soa como filme de ficção científica pra essa garotada falar do tempo em que o salário custava 80% menos que valia no dia do seu pagamento. O plano real é mais antigo que esta geração. Quando fui ao passado revolver os escombros, concluí, sem nenhum saudosismo, que sou produto do melhor passado em matéria de qualidade vida. Hoje temos uma economia normalizada, com alguma segurança jurídica e financeira. Depois do plano Real, resgatamos a estabilidade e tiramos o dólar e sua variação do cotidiano de nossas famílias. Falei dessa realidade financeira para aquele sobrinho que, graças a Deus, não teve referência para produzir uma referência plena. Mas expliquei que nosso tempo hoje é melhor porque a prancha de surfe é melhor rápida com o sistema e o sistema de três quilhas. Isso sem falar no skate long, também invenção recente! Também falei de como tudo ficou melhor desde a substituição dos patins lentos, com rodas paralelas (2 a 2) pelos patins rápidos... Ponderei que em matéria de futebol, mudaram o futebol de salão (hoje futsal) para melhor! O que aconteceu na prática do tênis? O tira-teima eletrônico pra confirmar a bola fora foi uma revolução como o fim da correção monetária. Aliás, neste particular, o tênis mudou quase tudo. Das pessoas às raquetes. Na economia também. O problema é que não há risco de retrocesso para Surf, futebol, skate e tênis. Mas pra economia, tem.