Pra entender o confuso e acidentado novo processo de impeachment, basta recorrer a lógica do futebol. Tudo acontece, mais ou menos, como o time que entra em campo podendo perder por uma diferença de até 4 gols fora de casa. Como nas regras estabelecidas para a copa do Brasil de futebol.
Isso explica, por exemplo, como e porque o governo canta vitória depois de perder numa goleada com placar de 272 a 199 votos no plenário da câmara.
Com a bola em jogo, o time adversário por ter passado por cima da regra. Isso acontece, e às vezes nem percebemos.
Se você ainda não entendeu o politiques do noticiário dos últimos dias, o instituto Álvaro Valle oferece uma forma de entender...
O NOTICIARIO trouxe que chave do processo de impeachment está nas regras do funcionamento parlamentar brasileiro. Por esta razão, a turma que é contra o impeachment é a favor da convocação extraordinária do Congresso Nacional. E a tropa que se posiciona pelo afastamento da presidente Dilma tomou posição pelo direito de férias dos deputados e senadores, previsto na Constituição.
Antes de entrar na tradução de toda essa celeuma, cabe esclarecer que as férias dos deputados e senadores dependem da votação da chamada lei que orienta os termos das regras para gastos do governo (LDO), que só vão acontecer no ano depois do próximo. Ou seja: para ter recesso parlamentar os políticos do parlamento precisam aprovar a chamada Lei de Diretrizes Orçamentárias, em reunião com deputados e senadores na chamada sessão do Congresso Nacional.
Mas se você pensa que não vai ter férias de verão para o Congresso por que não vai dar tempo de aprovar a chamada LDO antes do Natal, melhor rever a regra... Existe a possibilidade do recesso branco.
Cabe ressaltar detalhes sobre as normas que orientam o tabuleiro que arbitra as relações de tempo e espaço do processo político. Seja no parlamento ou nas ruas, espaço e tempo serão decisivos.